Por Daniel Charles e Jean Cardoso Junior

A Copa Libertadores de 2017 vem chegando e com ela, muitas novidades. A começar pelo tempo de competição: do dia 23 de janeiro a 29 de novembro. Não teremos clubes Mexicanos e ao todos, serão 47 equipes disputando o maior título da América, sendo que oito são brasileiros.

No primeiro momento teremos a fase de play-offs divididos em três fases. Nesta fase, Atlético Paranaense e Botafogo jogam contra Milionários da Colômbia e Colo-Colo do Chile respectivamente. Os dois clubes brasileiros entram na segunda parte desta fase de mata-a-mata, para definir quem entra na fase grupos. Caso o Atlético Paranaense passe as duas fases dos play-offs, o Furacão entra no grupo composto por San Lorenzo da Argentina, Universidade Católica do Chile e Flamengo. Já o Botafogo, caso entre na fase grupos, vai para o grupo um que tem o campeão da edição deste ano da competição Atlético Nacional da Colômbia, Estudiantes da Argentina e Barcelona de Guayaquil do Equador. Agora vamos às considerações:

- Quanto a este novo sistema, sou contra. A Libertadores do ano que vem pode ser muito cansativa, tanto para os clubes com um calendário apertado, quanto para o torcedor – principalmente de Atlético e Botafogo – que não veem a hora de entrarem na fase de grupos, porque é lá que a Libertadores começa, de fato. Em contrapartida, pode ser boa, justamente pelo dinheiro que entra na conta a cada fase que passa, inclusive na fase de grupos.

- Já o número de times e a distribuição dos clubes por países, sou totalmente contra também. Fica injusto e meio óbvio de saber, quem ganhará a competição do ano que vem: será – e é muito provável que isso aconteça – um brasileiro que irá ganhar, ou um clube argentino. É só olhar pelas quatro últimas edições do campeonato. A única e rara exceção foi o Atlético Nacional da Colômbia. Aí, na distribuição de clubes entre os países, se faz uma conta bem simples: temos dez países sul-americanos ranqueados na FIFA, certo? Então, colocam-se três clubes destes países e as outras duas vagas ficam definidas com Suriname e Guiana Francesa (um clube cada um), ou dois do México, ou um do México e um dos EUA. Na equação teremos (3x10 = 30 +1+1 = 32, ou 3x10=30+2=32).

A cada ano que passa os brasileiros se preparam para a competição que pode ser a mais importante do calendário do futebol brasileiro. Como falei anteriormente, a chance de termos um brasileiro campeão é muito grande.

Começamos a análise dos brasileiros com o Santos que joga no grupo dois, composto por Santa-Fé da Colômbia, Sporting Cristal do Peru e o vencedor do jogo três da terceira fase, que pode ser o The-Strongest da Bolívia. Caso este último time passe, não será muito fácil à classificação da equipe paulista. O Santos sempre monta um elenco forte na temporada e com a manutenção do elenco, fica mais fácil de montar o grupo que jogará a Libertadores. A equipe paulista tem Lucas Lima como a principal arma, sem contar que lá na frente tem Ricardo Oliveira que pode ser peça fundamental no alvinegro.

Além disso, tem o experiente Renato que ajuda muito no meio-campo. Porém, enfrenta um Santa-Fé que nos últimos anos vem bem em competições internacionais, e pode enfrentar um The-Strongest que já incomodou muitos brasileiros na Libertadores. Passa à próxima fase Santos e Santa-Fé.

No grupo quatro, temos outro brasileiro que é o Flamengo. O time carioca enfrenta o San Lorenzo da Argentina que é tradicionalíssimo em Libertadores, o Universidade Católica que também é muito tradicional e sempre dá trabalho e o vencedor joga um dos play-offs, que pode ser o Atlético Paranaense. Considero este grupo o mais difícil da competição, mais difícil ainda para o Atlético Paranaense que participa pela quinta vez o torneio internacional. Já o Flamengo tem mais experiência para enfrentar estas grandes equipes. Acredito que neste grupo, passa Flamengo e San Lorenzo à próxima fase.

O grupo cinco tem o campeão brasileiro Palmeiras que enfrenta o Peñarol do Uruguai, Jorge Wilstermann da Bolívia e o vencedor do jogo quatro da pré-Libertadores (Carabobo, Júnior de Barranquilla, Atlético Tucumán e El Nacional do Equador). É um grupo aparentemente tranquilo para o Palmeiras, até pelo alto investimento que será feito no elenco, e também por levar em consideração o mau momento que vive o Peñarol no Campeonato Uruguaio, na décima quarta posição. O Jorge Willstermann, que no passado teve Túlio Maravilha, não é uma grande equipe, mas sempre dá trabalho aos brasileiros por conta da altitude. Palmeiras passa em primeiro e Peñarol em segundo no grupo, para a outra fase da competição.

Já o grupo 6, é formado pelo campeão da Libertadores de 2013 Atlético Mineiro, Libertad do Paraguai, que sempre vem forte no torneio, Godoy Cruz da Argentina – uma espécie de Bahia de lá – e o Sport Boys do Peru, que não é muito forte tecnicamente. O Galo mineiro sempre monta um bom elenco. Chega ser até engraçado: quando a gente acha que o Atlético Mineiro tá com um bom elenco, o presidente vai lá e contrata mais um ótimo jogador, maior exemplo disso neste ano, foi o Fred, que veio fazer frente com nada mais, nada menos, Lucas Pratto. Com essa teoria, acredito que o Atlético Mineiro passa de fase junto com o Libertad do Paraguai.

No grupo sete, temos a caçulinha e a atração do momento Chapecoense. Tomara que o verdão do oeste passe a próxima fase da competição, o que será muito difícil, pois tem pelo caminho o Nacional do Uruguai que sempre vem forte na competição, Lanús que nos últimos anos tem se destacado em competições sul-americanas e o Zuliá da Venezuela, o time mais fraco do grupo. Na época do Sandro Pallaoro, o clube estava muito bem financeiramente e sempre montava um elenco dentro de sua capacidade. Com isso, foi com muito louvor a uma final de sul-americana, o que jamais imaginávamos e sempre atuou como um gigante dentro de campo contra grandes clubes, como por exemplo, o San Lorenzo e o Independiente da Argentina. Que os guerreiros da Chape estejam abençoando a trajetória do clube na Libertadores. Nacional do Uruguai passa em primeiro e a briga pelo segundo lugar fica entre Lanús e Chapecoense.

O último grupo, o grupo oito, é formado por Grêmio como cabeça de chave, Guarani do Paraguai, aquele que eliminou o Corinthians em uma dessas edições da Libertadores, Zamora da Venezuela e Deportes Iquique. Teoricamente vai ser moleza para o Grêmio este grupo, mas como o futebol é uma caixinha de surpresas....Penso que passa, Grêmio em primeiro e Guarani do Paraguai em segundo.

A Libertadores tem ainda outros clubes tradicionais como Atlético Nacional, Estudiantes (que agora tem o Verón) e River Plate. Olha, Libertadores é sempre difícil. Apontar favorito também. Então, façam suas apostas e tenham muita paciência até o final do torneio, pois esta competição promete fortes emoções até lá!

Analises e comentários finais de Daniel Charles: alto grau de competitividade onde a força do elenco irá fazer a diferença. Diferentemente de outras competições a Libertadores é um campeonato onde a margem de erros precisa ser quase zero. Tecnicamente ao que tudo indica teremos a edição de 2017 marcada por um forte equilíbrio tendo vários postulantes ao titulo. A qualidade do elenco será preponderante e será pré-requisito para o clube que tem o objetivo conquista o titulo da competição alias, diga-se de passagem, este ano devido à extensão das datas competição isso se torna um fato incontestável.